Já contei aqui em outras edições que sou uma viciada em trabalho. Sou uma pessoa perfeccionista, amante das rotinas corridas e ansiosa em dar “check” em todas as tarefas para conseguir criar uma nova lista e continuar esse ciclo sem fim.
Uma vez participei de um workshop de empreendedorismo e precisei me apresentar para a turma sem dizer com que trabalho, e adivinhem? Nunca fiquei tão nervosa, pois já ser arquiteta já faz parte da minha personalidade. Depois desse episódio fiz uma lista no meu celular com coisas que eu gosto de fazer e que me deixam feliz (que não estão relacionadas com trabalho), e toda vez que me sinto meio perdida abro e leio pra lembrar quem é a Mariana.
Nos últimos meses pegamos alguns trabalhos no Estúdio Ato que tiraram minha paz, daquele tipo fora da zona de conforto e com prazos muito apertados, sabe? Passava 24h por dia preocupada com os projetos, cheguei a trancar a academia e trabalhar aos finais de semana para cumprir a demanda.
Entrava em fluxo de trabalho tão intenso que perdia a fome e por vezes, ficava tão ansiosa que tinha que parar para vomitar e voltar ao trabalho em seguida. Estava exausta e não era a primeira vez que me sentia assim. Já entrei nesse buraco algumas vezes na minha jornada como arquiteta, mas das outras vezes só percebia o que tinha acontecido meses depois. Dessa vez foi “ao vivo”, eu estava consciente do que estava passando e precisava me tirar de lá.
“Essa onda do 'eu consigo' e do 'yes, we can' tem gerado um aumento significativo de doenças como depressão, transtornos de personalidade, síndromes como hiperatividade e burnout.”
trecho do livro “Sociedade do Cansaço” do filósofo Byung-Chul Han
No meio do caos eu tinha uma viagem marcada e era o cenário perfeito para descansar. Tentei descansar fazendo as coisas que gosto, como fazer compras e visitar museus, mas percebi que nada disso me fazia feliz como antes. Minha vontade era de não fazer nada. Tirei um dia inteiro para dormir, desliguei o celular e finalmente comecei a me senti melhor.
Às vezes a gente precisa entender que tipo de descanso estamos precisando. Segundo os especialistas existem 7 tipos descanso: físico, mental, emocional, espiritual, sensorial, criativo e social. Mas isso é assunto pra outra conversa.
“Requer coragem dizer sim ao descanso e ao lazer, numa cultura onde a exaustão é percebida com símbolo de status social”
Brené Brown - pesquisadora, palestrante e escritora norte-americana
Geralmente me sinto muito culpada em descansar (sou do tipo que já chorou no avião indo tirar férias por não me achar merecedora daquele tempo de descanso), e acho que não estou sozinha nessa, né? - por favor, digam que não! kkkkkkcrying
Com o tempo aprendi a não achar que ter uma rotina caótica é normal. É importante criar fluxos de trabalho que economizem tempo e esforço, controlar o estresse e entender que, às vezes é preciso deixar o perfeccionismo de lado. Até pra quem é dona do próprio negócio, é importante definir limite de tempo para trabalhar e entender que é preciso descansar. Não estou dizendo que já sou expert em sair das crises mas já estou mais atenta graças a ajuda profissional (um beijo pra minha psicóloga e pra minha psiquiatra).
Dito isso, descansem e cuidem da cabecinha de vocês! Não deixem de criar respiros na rotina e peçam ajuda sempre que possível. Ninguém vai longe sozinho.
Um beijo,
Mari
em brasília
O último lugar que conheci foi a trabalho para gravar a nossa série #embrasília episódio 08: Casa de Chá (não viu nenhum episódio ainda? corre no nosso Instagram que tem um destaque com tudo). Amo que a gente consegue incluir essas “pausas remuneradas” no meio do expediente, afinal criação de conteúdo é trabalho também!
Fomos em uma quinta-feira pela manhã e para nossa surpresa tinha fila de espera. O lugar reabriu ao público tem pouco tempo e ficamos felizes em ver turistas e muitos brasilenses por lá!
O local foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é tombado pelo Iphan e fica na Praça dos Três Poderes. A Casa de Chá é um café-escola administrado pelo Senac e o cardápio traz referências da nossa cidades em seu texto como os pilotis, o Itamaraty, Sarah Kubitschek e até mesmo o Céu de Brasília.
Minha dica é experimentar o pão de queijo recheado! O cardápio tem bastante opção e achei os valores bem juntos. Pretendo voltar mais vezes.
Os móveis que compõe o espaço são assinados por designers brasilienses, o que deixou meu coração quentinho <3 muito bom ver a cultura da nossa cidade valorizada! Fica aqui meu convite pra vocês visitarem a Casa de Chá, conhecerem o cardápio do Senac, o mobiliário dessa galera e ter a experiência de tomar café dentro de uma obra importante da arquitetura brasilense.
Tem alguma indicação de algo para conhecer em Brasília? Pode ser um café, exposição de arte, evento, restaurante, ponto turístico… Envia para o direct do nosso Instagram!
curadoria
Referência é tudo! E aqui você tem acesso à nossa curadoria com links das dicas mais legais (e aleatórias) do mês - tudo em vermelho é clicável:
🎙️ O episódio mulher você precisa descansar!!! do podcast “gostosas também choram” da Lela Brandão, me fez refletir muito.
📚 A Declaração dos Direitos Dencansistas, criada pelas pesquisadoras do trabalho Thais Fabris e Maira Blasi. O documento faz um recorte de como mulheres, negros e grupos minorizados em geral estão mais exaustos que o restante da população.
🦓 As cerâmicas da marca Call Jim! Conheci a marca no ano passado em uma feira em São Paulo e finalmente comprei meu primeiro item. As cores e os listrados são super cool! Sem falar na fotografia e embalagem dos produtos, vale a pensa conferir no Instagram deles.
🖼️ A Benucci Gallery que é uma marca autoral de design e arte! Sou fã <3
💡 As luminárias artesanais da Pirilampa estão na minha wishlist!
🍓 A barra de proteína da Dux de chocolate branco e frutas vermelhas: sempre me salvam entre uma reunião e outra. Apenas comprem e me agradeçam depois.
🛍 cupom westwing - ganhe R$100 de desconto em sua primeira compra no site com nosso link de indicação.
Bom que você, Mari, já identificou que necessita de tratamento e está fazendo, participando! As dores da cabeça, e não as dores de cabeça, são silenciosas e muito mais perigosas.
Continue, e continuem, fazendo o belo trabalho que desenvolvem!
Sucesso sempre!